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Na sessão desta terça-feira, 16, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), a deputada estadual, Catarina Guerra, fez uso do expediente de Explicações Pessoais para denunciar que há muito tempo vem sendo vítima de perseguição e constrangimento, além de preconceito por ser mulher, dentro do Solidariedade, partido ao qual é filiada.

A declaração foi feita em contraponto ao requerimento do deputado estadual, Jalser Renier, onde solicita a substituição de Catarina pela deputada, Yonny Pedroso, na Comissão de Ética Parlamentar. Conforme Catarina, não há nenhuma razão para a substituição, a não ser por perseguição por ela não compactuar com as atitudes do parlamentar.

“Não é de hoje que tenho sido constrangida, excluída e perseguida dentro do partido Solidariedade, por iniciativa do deputado Jalser, que embora não exerça a função de presidente nacional ou regional, dita as ordens e as regras internas do partido. Como se observou no seu discurso, onde afirma que o Solidariedade prontamente me desfiliaria se assim eu requeresse, mesmo sendo conhecedor das regras eleitorais que impedem de me desfiliar do partido antes da janela eleitoral”, afirmou.

Catarina também afirmou desconhecer Jalser Renier como líder da bancada, uma vez que não foi convocada para nenhuma reunião nesse sentido. “Desconheço que o deputado Jalser Renier tenha assumido a condição de líder do partido, posto até então ocupado pela deputada estadual, Yonny Pedroso, na medida em que não fui convocada para qualquer reunião onde tenha sido deliberada essa substituição”, enfatizou, ao apresentar requerimento

Contraponto – A deputada Catarina Guerra também informou que protocolou, ainda durante a sessão, um requerimento contrapondo os argumentos de Jalser Renier, que alega sofrer suposta perseguição ou armações encabeçadas por outros parlamentares para cassar o seu mandato.

“Esses argumentos não guardam qualquer relação comigo e com a minha atuação na Assembleia Legislativa e nas comissões permanentes, o que demonstrou claramente seu interesse em interferir no curso do processo disciplinar, razão pela qual deve ser rechaçado pela Mesa Diretora, inclusive por eu não ter sido indicada pelo partido Solidariedade para compor qualquer das comissões das quais faço parte”, pontuou.

A parlamentar informou que está tomando todas medidas legais, sempre em observância às normas constitucionais e regimentais, para garantir o seu direito e autonomia enquanto parlamentar, “mas também com o cuidado necessário para não prejudicar os trabalhos da Comissão de Ética e a lisura dos processos em tramitação”.

Catarina Guerra ressaltou, ainda, que tem trabalhado com respeito e compromisso para honrar as pessoas que a elegeram. “Reforço, mais uma vez, a minha imparcialidade, o meu compromisso com o Parlamento e com a população que me elegeu, assim como a responsabilidade e o respeito com os demais deputados. Isso é o que pauta a minha atuação desde o primeiro dia de mandato”, enfatizou.

Jalser enfrenta processo de cassação por falta de decoro – Catarina ressaltou que o interesse de Jalser Renier, em tirá-la da Comissão de Ética é devido ao processo de cassação do mandato dele por falta de decoro parlamentar. O deputado, Jalser Renier, é acusado de ser o mandante do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, ocorrido em outubro do ano passado.

“É de conhecimento público que tramita perante a Comissão de Ética um processo disciplinar em face do deputado Jalser Renier. Processo esse que não foi promovido por mim, assim como também jamais tomei partido em nenhum procedimento investigatório ou judicial contra o parlamentar, a ponto de comprometer a minha imparcialidade e a minha capacidade técnica para atuar perante a Comissão de Ética”, afirmou.

Para Catarina, o que fica claro dessa situação é uma nítida tentativa do parlamentar em obstruir ou, ao menos tentar interferir de alguma forma nos trabalhos da Comissão, já que não requereu sua retirada de nenhuma outra comissão permanente da Casa. “Ele requereu a minha substituição somente na Comissão de Ética, enquanto sou membro de outras, a exemplo da Comissão de Constituição e Justiça – CCJ, na qual ocupo a função de presidente”, apontou.

Catarina disse que não concorda com a postura de Jalser, não reconhece a sua qualidade de líder e que não se curvará a “mais uma manobra” dele. “Não compactuo com as suas artimanhas e não me curvarei diante de mais uma manobra do deputado, Jalser Renier, para me constranger enquanto mulher e deputada estadual, que mais uma vez tenta se valer do poder para garantir interesses pessoais em detrimento do povo roraimense”, ponderou.

Foto: Diego Dantas

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