Catarina Guerra: "Com o suporte devido, esses hospitais têm condições de desempenhar um trabalho preventivo, ajudando a desafogar o HGR"As dificuldades enfrentadas pelas unidades de saúde localizadas no interior, diante do aumento do número de casos de Coronavírus (COVID-19) no Estado de Roraima, foram apontadas pela deputada Catarina Guerra (SD) na tribuna virtual da sessão remota desta terça-feira, 16, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Catarina solicitou ao secretário de Saúde, Marcelo Lopes, que tenha uma atenção especial para os hospitais do interior, a exemplo de Caracaraí, Rorainópolis e Pacaraima, entre outros, que, com o suporte necessário, poderiam atuar de forma preventiva, desafogando o Hospital Geral de Roraima (HGR), na capital.

“Com o suporte devido, esses hospitais têm condições de desempenhar um trabalho preventivo, onde o paciente poderia iniciar o tratamento de maneira correta, evitando, assim, que ele necessitasse procurar o HGR, na capital. Em razão disso, peço ao secretário de saúde, Marcelo Lopes, que dê esse suporte aos hospitais do interior”, pediu.

A parlamentar disse acreditar no potencial, boa vontade, conhecimento e capacidade de Marcelo Lopes para comandar a saúde do Estado. “Já fiz essa solicitação por eccrito, mas aproveito esta oportunidade para reforçar esse pedido de suporte aos hospitais do interior, especialmente ao de Caracaraí, que atualmente dispõe de apenas duas balas [cilindros] de oxigênio, mas está conseguindo atender os pacientes sem a necessidade de vir para o HGR”, afirmou.

Projeto Sentinela

Catarina Guerra também agradeceu ao Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) pela doação de EPIs ao município de Caracaraí, ocorrida nesta segunda-feira, 15, para ajudar o Projeto Sentinela, que envolve médicos, psicólogos, assistentes sociais, entre outros profissionais.

“O Projeto Sentinela tem o objetivo de tratar dessa pandemia de maneira preventiva, no entanto, em razão do grande aumento de casos e a ausência de testes, esses profissionais não estão conseguindo dar conta desse trabalho. Então, esses EPIs, doados pelo TJ, certamente ajudarão a salvar muitas vidas em Caracaraí”, reforçou.

De acordo com a parlamentar, foi o trabalho desempenhado pelo Projeto Sentinela que manteve por muito tempo o município de Caracaraí sem nenhum óbito. “Infelizmente, conforme o último Boletim Epidemiológico, temos hoje 32 casos confirmados e um óbito, mas, mesmo diante dessas dificuldades, o Projeto Sentinela está aí, firme nessa luta, cuidando, mantendo esse trabalho preventivo”, pontuou.

Parlamentares federais

A deputada Catarina Guerra pediu, ainda, aproveitando esse momento de união de forças, que a bancada federal (deputados federais e senadores) também se junte a essa luta, destinando recursos para as prefeituras do interior empregarem na luta contra o Coronavírus.

“Peço aos nossos parlamentares federais que possam se solidarizar e destinar algum recurso ao município de Caracaraí, assim como aos demais municípios que estão precisando dessa ajuda. Nós, parlamentares estaduais, destinamos nossas emendas parlamentares, são insuficientes. Os deputados federais e senadores podem destinar emendas bem maiores que, com certeza, ajudariam os nossos municípios saírem do sufoco. Então peço essa união para que possamos salvar ainda mais vidas”, disse.

Estado deve disponibilizar kits de medicamentos à população

Mais duas indicações de autoria da deputada Catarina Guerra foram lidas na sessão remota desta terça-feira, 16. Na Indicação nº 461/2020, Catarina solicita ao chefe do Poder Executivo providências emergenciais para distribuir à população kits contendo medicamentos que fazem parte do protocolo de tratamento inicial no combate ao coronavírus (COVID-19).

De acordo com a indicação, o kit deverá ser fornecido no momento da prescrição médica, após a confirmação do resultado positivo para a COVID-19, conforme as diretrizes de tratamento indicadas pelo Ministério da Saúde (MS) e protocolos adotados pela Secretaria de Saúde do Estado de Roraima (Sesau).

Conforme a parlamentar, a indicação se faz necessária devido às dificuldades enfrentadas pela população, em meio à pandemia, de acesso às medicações prescritas para o tratamento da COVID-19. Entre as dificuldades relatadas, estão a falta dos medicamentos nos postos de saúde, farmácias dos hospitais e farmácias particulares que, quando não estão em falta, estão com preços extremamente abusivos.

A parlamentar questiona como estão fazendo aqueles que, no momento precário vivenciado, sequer possuem condições financeiras para colocar comida da mesa para família. Ela argumenta que alguns estudos já concluíram com indicações de medicamentos eficazes na luta contra a COVID-19 no estágio inicial, já foram, inclusive, absorvidos como protocolos e diretrizes pelo MS.

“Estes medicamentos são nossa esperança de elevar o número de vidas recuperadas, interromper as tantas mortes diárias e seria um meio de desafogar os hospitais que se encontram colapsados. Se estamos diante da possibilidade de estagnar a evolução desta doença que é devastadora e rápida, não podemos medir esforços para ajudar nesta luta”, justifica.

Medicamentos para Unidade Mista do Baixo Rio Branco

Outra indicação de Catarina lida na sessão desta terça-feira foi a nº 484/2020, que solicita ao chefe do Executivo que providencie o abastecimento com medicamentos a Unidade Mista Rosa Vieira de Santa Maria do Boiaçu, localizada no município de Rorainópolis, que atende aos moradores do Baixo Rio Branco.

Catarina afirma ter recebido relatos de ribeirinhos moradores da região do Baixo Rio Branco sobre dificuldades enfrentadas devido ao desabastecimento de remédios na unidade de saúde que atende a comunidade. Conforme os relatos, há cerca de três meses que a Unidade Mista não dispõe de medicamentos disponíveis para atender à população local. Segundo os moradores, os únicos remédios que são oferecidos na unidade são: dipirona e medicamento para tratamento de verme.

“É inquestionável que a disponibilidade de medicamentos é extremamente necessária para a manutenção da saúde dos seres humanos, sendo um dever do Estado prestar este serviço com qualidade e não deixar ter a baixa dos remédios, muito menos a falta de forma tão prolongada. Tudo isso se agrava ainda mais devido à pandemia de COVID-19, uma doença devastadora, com menos chances de recuperação daqueles em estado enfermo”, afirma.

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