A audiência pública foi proposta pela deputada estadual Catarina Guerra.

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa, Catarina Guerra disse que a ideia é discutir com representantes da sociedade, parlamentares, autoridades do Executivo e Judiciário e das Igrejas, a implementação de políticas públicas que resultem em ações práticas e eficazes para a redução do alto índice de suicídios no Estado de Roraima.

Entre essas ações práticas que podem e devem ser adotadas a partir dessa audiência pública, a parlamentar cita a confecção de uma cartilha informativa sobre a importância do combate ao suicídio, criação de mecanismos que levem à cooperação da sociedade civil, órgãos públicos e autoridades na luta pela redução dos casos que colocam o Estado de Roraima entre os entes federados que, proporcionalmente, registram os maiores índices de suicídio no Brasil.

Os casos acontecem em todo o Estado, não apenas na capital. Caracaraí, por exemplo, tem passado por uma sequência de acontecimentos de suicídio entre os jovens. De acordo com a parlamentar, trata-se de um problema sério, entranhado no seio da sociedade de forma silenciosa, geralmente como consequência da depressão, o chamado ‘mal do século’.

“Não podemos cruzar os braços, porque o problema pode estar dentro da nossa própria casa, no seio da nossa família, no nosso vizinho, sem que ninguém perceba. Me assusta o alto índice de adolescentes cometendo suicídio no nosso Estado. Vamos discutir, propor um projeto entre os estudantes que possa discutir com os jovens a importância do diálogo, inserindo eles no cenário da valorização da vida e, principalmente, conscientizar a população sobre como identificar os sinais da depressão e onde buscar ajuda”, pontua Catarina.

Para participar das discussões durante a audiência pública, a parlamentar convidou a prefeita de Caracaraí, Socorro Guerra (PROS); representantes da Defensoria Pública do Estado (DPE-RR), do Ministério Público de Roraima (MPRR), da Secretaria de Estado da Educação e Desporto (SEED); Conselho Regional de Psicologia da 20ª Região (CRP-20, que abrange os Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre), do Centro de Valorização da Vida (CVV-RR), do Conselho Federal de Medicina (CRM-RR), da Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR), do Comitê de Prevenção ao Suicídio do Município de Boa Vista, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), do Departamento de Saúde Mental da Sesau, da Diocese de Roraima, igrejas evangélicas, além dos grupos “Abrace uma Vida” e “Roraima sem Suicídio”.

DADOS

Dados oficiais do Ministério da Saúde, divulgados em 20 de setembro do ano passado, mostram números preocupantes no Brasil: de 2007 a 2016, 106.374 pessoas morreram em decorrência do suicídio — em 2016, a taxa foi de 5,8 por 100 mil habitantes.

De acordo com a publicação do Ministério da Saúde, a intoxicação é responsável por 18% das mortes, enquanto o enforcamento apresenta um índice de 60% dos óbitos. Do total de ocorrências, 70% das tentativas de suicídio por intoxicação aconteceram com mulheres.

Reportagem da Revista Galileu informa que, para realizar projetos de prevenção, o Ministério da Saúde ampliará as Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) em cidades onde há alto índice de suicídio: será destinado R$ 1,4 milhão para núcleos de atendimento nas cidades de Manaus (AM), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Teresina (PI), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).

O mês de setembro (campanha Setembro Amarelo) foi escolhido para se discutir o combate ao suicídio e a valorização da vida.

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