De acordo com Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), de 2007 a 2017 Roraima se destacou entre os estados da federação onde pessoas do sexo feminino mais tiram a vida

Deputada falou sobre as ações de prevenção desenvolvidas pela ALE-RR - Ascom/Catarina Guerra

Com o intuito de criar ações de prevenção ao suicídio em Roraima, dois projetos de ações nas escolas e podcast de psicologia têm feito sucesso com o público na capital e no interior do estado. O Roraima em Tempo entrevistou duas mulheres que estão à frente das atividades: a deputada Catarina Guerra e a psicóloga Greissy Kelly.

NAS ESCOLAS

Também representante da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa (ALE-RR), Catarina explicou que devido às maiores taxas de mortalidade por suicídio do país se concentrarem em Roraima, a população precisa de políticas públicas que esclareçam e combatam as estatísticas.

“Começamos pelas escolas, o que tem trazido bastante retorno. Fazemos visitas, rodas de conversa, palestras e atendimentos psicológicos gratuitos para alunos e professores, além da cartilha criada para explanar o debate”, acrescentou.

Para a parlamentar, as ações não têm data específica. Durante todo o ano de 2020, as atividades serão levadas ao estudantes. “O suicídio e o pós-suicídio é muito traumático. Por isso, queremos levar o assunto de forma educativa para todos”, explicou.

Segundo Catarina Guerra, além dos atendimentos e dos assuntos abordados na cartilha denominada  “Oie, Vamos conversar?”, esclarecimentos e contatos para obter ajuda estão disponíveis neste site.

“A vida é importante o ano inteiro. É preciso falar sobre sentimentos e trazer o bem-estar para quem precisa de apoio. Por isso, queremos dialogar não só em setembro [mês de combate ao suicídio], mas durante todo o período de 2020”, ponderou a deputada.

De acordo com Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), de 2007 a 2017 Roraima se destacou entre os estados da federação onde pessoas do sexo feminino mais tiram a vida, com cerca de 7%, seguido por Piauí (4,6%) e Santa Catarina (4,4%). Os dados divulgados apontam mais de 106 mil mortes por suicídio no Brasil.

PODCAST


Podcasts podem ser acessados na plataforma Spotify – Foto: Josué Ferreira/Roraima em Tempo

Recém-formada, a psicóloga Greissy Kelly é uma das integrantes do projeto Psi o quê das coisas, um podcast que têm o intuito de falar sobre diversos assuntos da psicologia e saúde mental de forma descontraída. O grupo é formado por cinco psicólogos: Aline dos Santos, Caio Zanis, João Victor, Viviane Oliveira e Greissy Kelly.

“A ideia surgiu no ano passado. Como estávamos nos formando, começaram a surgir algumas dúvidas sobre ‘o que fazer depois da faculdade?’. Então, um amigo, também psicólogo, que já estava formado há um ano, deu a ideia. Planejamos e colocamos em prática, de uma maneira leve e descontraída, para que compreendam a importância do assunto”, detalhou.

Por enquanto, a marca está focada apenas na distribuição streaming e as pessoas podem acessar pelo Spotify. Além disso, o grupo de psicólogos pretende fazer palestras, rodas de conversa, vídeos para o YouTube e ações sociais.

“Nesse primeiro episódio, falamos um pouco sobre mitos e verdades da psicologia. Mas nos próximos iremos falar sobre transtorno de gênero, autismo, depressão, ansiedade”, explicou.

Conforme a especialista, para os próximos episódios está preparado um programa sobre prevenção ao suicídio. Para Greissy, a importância de falar sobre o tema não deve se restringir ao Setembro Amarelo, mas durante todo o ano.

O programa dura de 45 a 60 minutos e os episódios são quinzenais. “Já estamos programando a gravação do próximo, no qual falaremos sobre o transtorno de gênero e as diversidades que essas pessoas enfrentam, para lançarmos o mais rápido possível”, finalizou.

AJUDA ESPECIALIZADA

A população também pode procurar ajuda especializada na rede pública, por meio dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), que oferecem tratamentos psicológicos e psiquiátricos para a população.

Instituições como a Universidade Federal de Roraima (UFRR) também ofertam este tipo de atendimento.

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