A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa se reuniu na tarde desta terça-feira, 26, para deliberar encaminhamentos ao Itamaraty, Congresso Nacional e a ONU

Foto: Diego Dantas / Ascom Catarina Guerra

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) se reuniu na tarde desta terça-feira, 26, para discutir a encaminhamentos a respeito dos impactos que a crise política e econômica da Venezuela causam no Estado de Roraima. Estavam presentes na reunião a presidente da Comissão, deputada Catarina Guerra (SD); o relator Soldado Sampaio (PCdoB), além de Ione Pedroso (SD) e Betânia Medeiros (PV), membros.

De acordo com a presidente, deputada Catarina Guerra (SD), a ideia é elaborar um documento a ser encaminhado ao Governo Federal, por meio do Itamaraty, Comissões de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Federal e Senado, além da ONU, relatando a situação dos brasileiros que se encontram retidos na Venezuela, impedidos de retornarem ao seio de suas famílias no Brasil e sugerir algumas saídas para minimizar essa crise.

“O que pedimos é que o Itamaraty garanta o retorno em segurança desses brasileiros ao nosso país”, afirmou, acrescentando haver relatos de que muitos brasileiros ainda estão retidos na Venezuela, o que é o mais preocupante, além das dificuldades enfrentadas pelo Estado em áreas essenciais como saúde, segurança pública e educação.

Ainda conforme a parlamentar, a Comissão de Direitos Humanos trabalha de forma a dar uma resposta aos familiares desses brasileiros que ainda não conseguem regressar ao seu país. “Queremos contribuir na busca de reforço para a nossa saúde em razão dos inúmeros atendimentos que o Estado realiza a imigrantes venezuelanos, sobrecarregando os nossos hospitais, além dos impactos na educação, conforme relatou o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato”, pontuou Catarina.

 

Comissão Geral

Pela manhã, a sessão ordinária da ALE-RR foi transformada em Comissão Geral para ouvir o prefeito do Município de Gran Sabana, que tem como capital a cidade de Santa Elena de Uairén, que faz fronteira com o município roraimense de Pacaraima. Emílio Gonzalez relatou as atrocidades que o Governo Maduro está cometendo contra seu próprio povo, para se manter no poder.

De acordo com ele, até presidiários estão sendo libertados para que reforcem as tropas de Maduro. “Este ‘narcogoverno’ está enchendo as ruas de Santa Elena de sangue”, denunciou, acrescentando que ele e toda a sua família estão ameaçados de morte e que a Guarda Nacional Bolivariana está atirando para matar, com armas de guerra.

 

Visita a Pacaraima

No último sábado, 23, representantes das Comissões de Direitos Humanos e Relações Fronteiriças da ALE-RR foram até Pacaraima para verificar in loco o que está acontecendo na fronteira.

“Não fomos em busca somente de verificar se os alimentos da ajuda humanitária conseguiriam passar pela fronteira, mas a nossa principal preocupação é a forma com que estão sendo tratados os brasileiros que se encontram lá dentro da Venezuela, sejam eles turistas, caminhoneiros que foram lá fazer o seu trabalho, ou garimpeiros que buscam naquele país melhores condições financeiras para cuidar de duas famílias”, disse.

Para Catarina Guerra, é preciso sim prestar solidariedade aos irmãos venezuelanos, uma vez que de forma nenhuma se pode admitir qualquer tipo de agressão. Porém, entende que os brasileiros, especialmente do Estado de Roraima, não aguentam mais arcar com as consequências dessa crise.

“O Estado de Roraima, e especialmente o Município de Pacaraima, não suportam receber a Venezuela como uma carga. A Comissão de Direitos Humanos vai buscar garantir que esses brasileiros não tenham seus direitos violados e que consigam regressar em segurança ao seu país de origem”, enfatizou.

 

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