Em Audiência Pública promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa, Catarina Guerra falou sobre sua preocupação em Roraima estar entre os líderes no ranking com maiores índices de suicídio.

Foto: Diego Dantas / Ascom Catarina Guerra

Por meio da Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) discutiu em audiência pública, na manhã desta quinta-feira, 11, no plenário Noêmia Bastos Amazonas, políticas públicas de combate ao suicídio. A audiência atendeu requerimento de autoria da presidente da comissão, deputada Catarina Guerra (SD), que coordenou os trabalhos, juntamente com o deputado Evangelista Siqueira (PT), vice-presidente da comissão.

O destaque da audiência foi o pedido explícito de ajuda por parte da prefeita de Caracaraí, Socorro Guerra (SD). Conforme dados estatísticos do Ministério da Saúde, Roraima figura – proporcionalmente – como primeiro lugar em casos de suicídio no Brasil, enquanto Caracaraí é hoje o município com maior índice no Estado.

Em sua fala, a prefeita Socorro Guerra apresentou dados segundo os quais, em 2016 foram registrados 10 casos de tentativa de suicídio em Caracaraí, em 2017 foram 23, no ano passado 46 e, este ano, de janeiro até agora, já foram 15 tentativas.

“O índice de suicídio em Caracaraí é bem maior do que os números oficiais. Esses dados são daquelas pessoas que procuram ajuda, que vão ao hospital. E aquelas que estão escondidas? Porque depressão é uma coisa íntima, é da tua alma. Ninguém consegue abrir a alma assim, com facilidade. Muitos se fecham, a família se fecha. E Caracaraí está perdendo seus jovens, principalmente”, alertou.

Segundo a prefeita, o caso mais recente aconteceu na última sexta-feira, quando uma jovem tentou o suicídio por enforcamento. Socorro Guerra disse que a Prefeitura de Caracaraí dispõe de uma equipe multidisciplinar, que trabalha diuturnamente – embora com poucos recursos – para salvar os jovens do seu município, mas que ainda é insuficiente.

“Diante desse quadro alarmante, eu não sabia mais o que fazer a não ser pedir socorro. E eu estou aqui gritando por socorro. Vamos salvar o nosso povo”, conclamou.

Ações práticas

A presidente da comissão, deputada Catarina Guerra (SD), disse que a audiência serviu para incentivar o diálogo entre profissionais da saúde, autoridades do governo, representantes das igrejas e voluntários da valorização da vida.

“A audiência é para esclarecer pontos sobre o suicídio e o que devemos fazer para tirar Roraima do ranking dos Estados que têm os índices mais altos de suicídio no Brasil. Este assunto não vai parar por aqui. Todos os dias precisamos alertar e trabalhar por isso. A vida é um presente de Deus!”, reforçou.

Entre as ações que devem ser realizadas como resultado da audiência pública, o psicólogo e mestre em Ciências da Saúde, Wagner Costa, se ofereceu para ir até Caracaraí para realizar rodas de conversas com as famílias do município. Ele também sugeriu a criação de spots educativos para serem veiculados pela TV Assembleia e demais emissoras comerciais do Estado, enfocando as ações que ajudam no combate à depressão e, consequentemente, ao suicídio.

“Vamos montar um grupo de profissionais para criar conteúdos técnicos e, por meio da TV Assembleia, elaboramos os spots para rádio e televisão. A Assembleia Legislativa, por sua vez, faz a articulação entre os meios de comunicação, para a veiculação dessas pequenas propagandas em suas programações, como utilidade pública. Seria uma forma simples de estamos repetindo informações. Do mesmo jeito que nós aprendemos músicas que não queremos, também podemos aprender conteúdos que são úteis para salvar vidas”, sugeriu.

Os demais integrantes da Mesa dos trabalhos relataram o trabalho que realizam no combate ao suicídio no Estado. No final da audiência, a deputada Catarina pediu para que todos assinassem uma carta onde se comprometem a realizar ações que façam a diferença na vida das pessoas e envolvam os jovens nessa dinâmica, assim como a elaboração de uma cartilha de prevenção e dicas de como identificar possíveis vítimas.

Além de Catarina Guerra e Evangelista Siqueira, estavam presentes os deputados Gabriel Picanço, Aurelina Medeiros e Ângela Águida Portella. Também compareceram o bispo diocesano D. Mário Antônio, vereador e pastor Manoel Neves, da Igreja Universal; a secretária estadual do Trabalho e Bem-Estar Social, Tânia Soares, além de representantes do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima, e representantes da OAB-RR, CRM-RR, Conselho de Psicologia de Roraima, Centro de Valorização da Vida, entre outros.

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